terça-feira, 30 de dezembro de 2008

...acabou!!!




Hoje quando voltava do meu trabalho pensava no que faria amanhã, último dia do ano... entre tantas opções, confesso que ficaria extremamente feliz em passar com minha família na Bahia ou no norte da Itália...rs... enfim, mesmo com todas essas dúvidas e desejos me dei conta de que o ano acabou...
Nossaaaaaaaaaaaaa, parece que foi ontem que ele começou, foi tudo tão rápido que me pergunto se algumas coisas realmente aconteceram...
Um ano de trabalho duro, desejos realizados, novos sonhos e novas experiências. Aqui, na cidade maravilhosa, fiz amizades que vou levar por toda vida, conheci pessoas que me ensinaram a ser uma pessoa melhor e descobri com outras que posso melhorar todos os dias.
Aqui vivo com saudade de gente maravilhosa, amigos baianos, cearenses, caenenses... descobri que sou parte de uma família fantástica, a qual amo um pouco mais todos os dias.
Aprendi com as histórias das pessoas que passam, ou melhor, que ficam e entre verdades e mentiras percebi que nem tudo é o que parece... Nas ruas por onde ando aprendi, sorri, me inspirei e cheguei a conclusão de que tenho muito.
Um ano de conquistas, uma Designer de Moda! Uau, mas falta muitooooooooooooooooo ainda...rsrsrs.
Agora que chegamos ao fim deste ano dei uma parada, afinal por que tanta pressa? Espero os novos instantes, mais verdadeiros, espero conhecer, ser, estar, ouvir, amar mais e é claro, falar menos...rsrs. Que venha 2009!


Mavie

sábado, 13 de dezembro de 2008

Coisas de minha cabeça...


... passei dias memoráveis no último mês, terminei minha monografia, apresentei um trabalho que segundo meus professores foi excelente...rsrs, estou a três dias da formatura, chorei muito, sorri bastante, senti muito medo da vida e alívio por estar viva - um verdadeiro emaranhado de sentimentos. Sonhei em ter alguns corações por perto quando estavam tão longe...
... amigas maravilhosas me ajudaram em momentos super difíceis, enfim, vivi intensamente. Hoje penso que de alguma forma cresci mais um pouco, afinal aprendemos todos os dias, ou não?
Ok, falar é muito fácil, mas confesso que há momentos que não aprendo nada, tipo agora, nesse minuto, me sinto meio vazia, algo como um “nada” tomou conta de mim... pode ser uma camuflagem de sentimentos, receio de um amanhã que se inicia ou algo mais... acabei de ler um livro da Clarice Lispector que falava dos “instantes”, então decidi falar deles também, deste instante em que tenho um certo medo de tudo que me cerca, principalmente do que está muito longe e claro, dos meus sentimentos tão absurdamente intensos, alguém me explica por que tanta intensidade numa pessoa só?
Por que complicamos o que deveria ser simples? Porque nos magoamos com coisas que não deveríamos nos magoar? Por conta da loucura de cada um? Affffffff, cansei de ser eu mesma por hoje, ou melhor, por este instante, quero férias dessa maluquice inconstante de minha cabeça, quero algo menos complicado, sim, porque de complicação eu entendo muito bem...
Voltando aos instantes, percebo que eles nos mostram sempre um algo mais, claro que às vezes precisamos de um tempo para “cair a ficha”...
Ah, e os sonhos? alguém me explica por que sonhamos com coisas sem fundamento, quase impossíveis? Porque eu estou cansada de tentar entendê-los... frustrada e muito mal humorada...rs - ok, não aquele mal humooooor com o mundo, só com meus sonhos...
Quando converso com algumas amigas até que fico um pouco mais tranqüila, elas me convencem que essa “piração” não é só minha, faz parte...
Acho mesmo que estou ficando velha...rs... não agüento certas verdades, o dar-se conta é forte demais às vezes, parece que de repente o mundo vira de cabeça e tudo fica mais estranho, meio vazio, inclusive os instantes... Então aguardo ansiosa outros, mais completos, menos indecisos, mais pé no chão...
Aguardo,
que as coisas de minha cabeça sejam menos complicadas, possíveis...

Mavie

sábado, 22 de novembro de 2008

Boas conversas, ótimas reflexões...


Hoje dois assuntos me fizeram “abandonar” minha monografia: O chamado “viver juntos” e a tão esquecida diplomacia...
No início ambos me pareceram dissociados, num segundo momento percebi que um alimenta o outro.
Quando digo viver junto me refiro ao relarcionar-se no seu sentido mais amplo, seja no trabalho, convívio social, escolas, ficar, namorar, casar.
Hoje o viver junto está em decadência, pois se alimenta de intolerância ao invés da diplomacia, tornando assim as relações mais descartáveis, o mais engraçado é que isso faz parte da tão aspirada modernidade. Claro que muitas vezes dá vontade de fugir de qualquer tipo de relacionamento, ir embora pra Pasárgada e não querer nem o rei por perto...rsrs...
A problemática está na falta de capacidade humana em se pôr no lugar do outro, pois se assim o fizesse viver junto seria muito mais fácil, ao contrário do que acontece hoje, onde qualquer discussão fútil é motivo de rompimentos.
A grande solução estaria em nos alimentarmos mais de diplomacia, tolerância, paciência...elementos fundamentais para vivermos realmente felizes ao lado das pessoas que amamos e que quase sempre magoamos, justamente pela falta de diplomacia aqui também utilizada em sentido amplo.
Tudo isso pode parecer bastante utópico, mas em verdade é o caminho mais seguro para uma convivência pacífica. Vocês não estão achando que eu sou a rainha dos bons relacionamentos, neh? rsrsrs....na verdade estou compartilhando uma reflexão que me foi dada por uma pessoa muito especial e a quem dedico este texto, ao Klaus.

sábado, 25 de outubro de 2008

A história das pessoas que passam...

Os últimos dias foram, como se fala na Bahia, “bem brabos”, em meio a projetos da faculdade, monografia, uma autocrítica que só cresce, trabalho, conclusão de curso, saudades de minha família, incertezas, novas metas, novos sonhos, claro que não posso deixar de falar do stress, das vezes que senti vontade de arremessar vasos em várias cabeças... rsrs... ou seja, uma trovoada de sentimentos.
Hoje acordei com aquela sensação do “e daí?” Para onde vou depois daqui? Passei os últimos três meses num ritual de estudo e trabalho, que até esqueci que existe vida além disso, agora que tudo está acabando e começando novamente me vejo perdida, bate certo medo, sinto que falta muito, como diz o Sócrates, “só sei que nada sei”...
Longe desse corre-corre, passei também dias de completa diversão ajudando a Bia a fazer uma loucura de amor... viajamos muitos quilômetros para entregar uma carta ao amado desta minha amiga..rsrs... foi no mínimo engraçado, duas mulheres, em meio a uma tempestade, casas gigantescas cheias de cachorros ferozes, tentando pular um muro...hahahaha... Acho que este episódio me deu mais vida, inspirou-me... admiro muito tua coragem em ultrapassar limites em busca do teu sonho Bia, e acima de tudo, pela maneira correta como leva a sua vida, o Dudu só tem a ganhar com o teu amor...
Diverti-me muitíssimo com as histórias de minha outra amiga Teresa, esta já me convenceu que não existe certo ou errado e sim, feliz ou infeliz... rs... a verdade é que nestes dias de “ouvinte”, percebi que penso deveras; quase morri de água na boca com as histórias do Klaus, exceto pelos tombos... e como ele mesmo me diz, devemos fazer algumas loucuras em nossa vida...rs... claro que me vi uma velha, neh? Acho até engraçado como sou encanada às vezes... mas sabe que colocando-me no lugar de espectadora, em determinadas situações, sonhos, limitações, erros, penso que de alguma forma vivi isso também. Aprendi. Mudei o que antes acreditava ser imutável.
Dizer que Bia, Teresa e Klaus não mudaram minha vida seria um erro, gosto da forma como aprendo com vcs...
Claro que ainda existem questões a discutir, como sorvetes, massas, motos, muros, cachorros e viagens... rsrsrs...
Estas histórias de pessoas que passam me enriquecem, e de alguma forma elas ficam...


Mavie

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

buone vacanze...

baci e stammi bene...


rs...

sábado, 4 de outubro de 2008

Dona Ana...

Ainda estava pensando em ir embora pra Pasárgada quando encontrei Dona Ana, uma mulher de 71 anos, mãe de três filhos e dona de uma alegria de viver contagiante. Eu, ela e mais duas amigas falávamos sobre roupas e festas quando, não sei por qual razão ela disse que estava completando 54 anos de casada. Claro que saiu um sonoro, nossaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!! Eu e minhas amigas iniciamos uma verdadeira entrevista com essa senhora, saíram as mais loucas perguntas, até que a Paty virou para ela e disse – Que maravilha... 54 anos de casada, meus parabéns!!!
- Parabéns coisa nenhuma querida – disse dona Ana, devia ter me separado quando completei 30 anos... Perguntamos em uníssono - Por quê?
- Porque eu devia ter começado tudo novamente. Tive a chance de reiniciar minha vida, mais jovem e com outro pensamento, ou melhor, com outra cabeça.
Claro que inclinada como sou ao romantismo tornei-me a questionadora principal deste “romance mais ou menos feliz” e fiquei sabendo para minha tristeza que a menos de um ano ela descobriu que seu amado marido, aos 83 anos, arranjou uma namorada e que pensava numa separação imediata com ela.
Depois de ameaças, brigas e lágrimas seus filhos o convenceram a desistir dessa idéia, além de jogar no lixo tudo que construíram, eles teriam que depois da divisão dos bens, morarem em lugares menores e menos confortáveis... Enfim, ela o mandou sair de seu quarto e passou a viver como não vivia há muito tempo. Festas com um grupo da terceira idade, viagens, noitadas animadíssimas no Rio Scenarium e uma vez ou outra no Clube das mulheres, rsrsrs... Essa até eu babei... rs... Disse-nos que não saia mais vezes por suas amigas não terem o mesmo pique que ela.
Orgulhei-me dessa senhora e como num filme, me vi várias vezes arrasada com o fim de relacionamentos, em que pensei estar sem chão por ter perdido aquele que julgava ser o meu “amor”... Ouvi tudo aquilo sem respirar, parecia um conselho impagável – Vivam - dizia ela, não se acomodem com o agora, queiram mais, divirtam-se mais... Claro que esta diversão de Dona Ana não inclui novos relacionamentos, embora tenha admitido que um Senhor “chegou” junto a ela numa dessas festas, este recebeu um não e a deixou em paz...rs, ela queria mesmo era curtir a noite, dançar!!!!
- Ainda não tenho essa coragem, busco outra coisa agora, talvez depois queira outra pessoa em minha vida, mas agora não - respondeu D. Ana.
Eu e as meninas, mesmo depois que essa senhora foi embora, ficamos horas nos comparando a ela. Pensei em minha mãe que aos 40 anos quando se separou de meu pai desistiu de relacionamentos e passou a viver o sonho de seus filhos; pensei também nas palavras de minha avó, que acredita ter morrido com meu avô quando este se foi e pede todos os dias para ir ao seu encontro... Penso nos olhos de meu pai, depois desses 12 anos de separação, parecem pedir desculpas e demonstram uma tristeza quase doída quando olha nos nossos olhos.
Penso numa infinidade de amigos e amigas que estão com o coração partido, como numa roda viva, amando, sofrendo, sorrindo, chorando, aprendendo... Tenho medo nessas horas, medo de não ter uma Dona Ana dentro de mim... Medo de aceitar o agora sem me perguntar se é isso que preciso e quero, e pior, medo de não perceber o que quero de verdade.

Mavie

sábado, 27 de setembro de 2008

Minha terra...

Sinceramente? Há momentos que penso em ir embora pra Pasárgada. Andar nas ruas da cidade maravilhosa e ver tantos “sem teto” me deixa desolada, ou melhor, saber da miséria deste país tão rico me entristece. Quanto mais me “informo” mais me sinto incapaz... Aqui se tem de tudo...
Na minha terra que tem tantas palmeiras, tem também políticos que fazem do nosso Brasil esse "antro de corrupção", que lesam a pátria através dos mais absurdos ataques aos cofres públicos. O pior, é que tudo acaba naquela tão conhecida pizza, sem punições.
Aqui se ouve o canto do sabiá e o choro de um povo que passa dias, meses, anos nas filas dos hospitais esperando consultas, tratamentos, morrendo literalmente, enquanto se ouve também um sonoro – Não temos vagas.
Nosso céu que tem mais estrelas é testemunho da criminalidade, violência, falta de perspectiva da juventude, de uma sociedade corrompida em seus valores básicos, um povo passivo, inerte e inculto.
Nossos bosques têm mais vida e um desmatamento que só cresce.
Nossa vida menos amores, mais individualidade, indiferença com o meio e com nossos semelhantes.
Na minha terra que tem tantas palmeiras, tem uma desigualdade econômica e social que gera a fome, a miséria, o analfabetismo, o desemprego. Tem gente humilde que sonha com pouco e que tem nada.
Aqui temos lindas praias, florestas, rios, secas... pessoas completamente desidratadas se alimentando somente de palmas e cactos do deserto. Temos uma das maiores taxas tributárias do mundo que impede qualquer desenvolvimento humano.
Nessa terra tem gente que está diante de tudo isso e não vê e também aqueles que vêem e nada fazem. Há tantos que esperam um dia melhor, com mais comida, água, luz. Outros que querem ir embora para um lugar onde não exista miséria, corrupção, desamores.
Pior o fato de saber da existência daqueles que não mais sonham e que se entregam a violência doméstica e urbana.
Nessas ruas por onde ando, vejo uma parte disso, miséria, lágrimas, sonhos, vida, corrupção... Nessas horas penso em ir embora pra Pasárgada, porque lá tem de tudo e é outra civilização...
...mas noutros momentos, quando vejo que fugir é impossível, volto a esta realidade, faço como essa gente humilde, sonho, e se não realizo, sonho novamente; porque nesta terra que tem palmeiras, a esperança é a última que morre.

Mavie

sábado, 20 de setembro de 2008

O belo

De acordo com o Kant, “(...) somente um homem na medida em que sente e que pensa simultaneamente está preparado para apreciar o belo”.
Penso que em parte ele está certo, mas noutra, vejo que não é bem assim que o mundo funciona. As nossas experiências ou aquelas vividas por alguém bem próximo influenciam muito na forma como enxergamos a nossa volta, por causa delas, diversas vezes deixamos de ver e sentir o belo.
Por que somos tão fracos? Por que tantas vezes torcemos o nariz para algo ou alguém antes mesmo de conhecermos a fundo? Por que o pré-julgamento?
Será que é pelo fato de deixarmos aquilo que chamamos de “inteligível” comandar o “sensível”? Ou porque somos babacas mesmo?
Esta que vos fala é a rainha do pré-julgamento... Impossível contar as vezes que deixei de fazer algo legal porque um fulaninho que conheço se deu mal em uma situação parecida; posso ter me livrando de uma experiência ruim, claro, mas também deixado de viver algo realmente muito bom.
Lembro que já olhei para algumas pessoas e tive a certeza de estar diante de antipáticas (os)... envergonho-me, mas uma de minhas melhores amigas foi vítima dessa implicância... admito, sou uma cega, o belo por diversas vezes me escapa, pois meus sentimentos o afugenta...
Precisamos “cuidar” de nossos sentimentos, eles erram algumas vezes; aniquilam a beleza se mal direcionados; inibem outros sentimentos se egoístas.
Por que não acreditar que esta ou aquela pessoa pode ser diferente daqueles hipócritas que passaram por nossa vida? Ou que aquele caminho, embora já percorrido por outro, pode levar a outro lugar diferente do encontrado...
O fato é que somos humanos, carecemos de bons modos e de outros olhos. Olhos capazes de discernir pessoas e pessoas. Sentimentos e sentimentos. Belo e belo.
Necessitamos de mais encanto. Poucas são as vezes que olhamos duas, três vezes antes de “achar” ou ter “certeza”.
Algumas vezes a beleza fica atrás, vê quem se deixa sentir.
E os sentimentos também podem se esconder...

Mavie



"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada"
Clarice Lispector

sábado, 13 de setembro de 2008

Os sonhos mudam...

Quando li esta frase, lembro-me que discordei automaticamente dela – impossível - como assim? Os meus sonhos não mudaram, ou melhor, não poderiam mudar... Afinal, estou morando a milhares de quilômetros de minha família para realizar um deles, correto?
Errado. Estou morando aqui porque eles mudaram. Se continuassem os mesmos não agüentaria vê-los esmagados por essa realidade nua e crua. A vida é deveras passageira. Às vezes tão rápida que mal dá tempo de enxergar nossos próprios sonhos.
Li mais uma vez e aos poucos fui obrigada a reconhecer que já não sou aquela Mavie de três anos atrás, quem dirá de décadas... Os meus sonhos mudaram sim e junto com eles eu também, ou melhor, como já vos disse, mudo todos os dias, mas continuo sendo.
O que me impressiona nisso tudo, é que perdemos tempo tentando realizar sonhos que já não são nossos... passei décadas de minha vida para perceber que “aquele” sonho já não era meu, e poucos instantes para descobrir que preciso de mais.
Como diz o Pessoa, “A espantosa realidade das cousas é a minha descoberta de todos os dias. Cada cousa é o que é.”
Descubro-me. Vivo o hoje com a intensidade de quem descobre algo novo a cada dia. Isso me basta!
Claro que esta frase é somente meio verdade, sim, porque nada me basta ao ponto de satisfazer-me! Existe um ser dentro do meu Eu que quer muito... Uma tórrida noite de amor não me basta, quero várias! Cada um é o que é. Clichê ou não isso é uma verdade. Confesso que até hoje luto para aceitá-la, por vezes me vejo tentando mudar o mundo. Fracasso.
Hoje tento aceitar as diferenças alheias e conviver com elas. Descobri que a perfeição não existe, mas posso ser melhor que ontem.
Vejo a dança dos meus sonhos, eles zombam, se divertem, me inspiram... Eles vivem, mas mudam...

Mavie

sábado, 6 de setembro de 2008

Fascinação...

Até pouco tempo atrás não tinha em mente o que escrever hoje, quer dizer, falei p o Klaus que escreveria sim, mas o tema poderia ser mudado até a noite... dito e feito, bastou um telefone para minha mãe, uma caminhada na praia e ouvir Beethoven ( fidelio)...
Estava me sentindo meio vazia, então resolvi ligar p minha mãe, meu porto seguro. Foi só falar com ela p sentir-me inundada por uma infinidade de sentimentos bons, é fascinante ouvi-la, seria capaz de dizer q mesmo estando a milhares de km de distância, sinto o cheiro e o amor q vem dela, posso afirmar também ser ela a personificação do amor. Daí em diante, depois de ouvir todos os sermões do tipo “cuide-se, coma bem, não saia, Deus te abençoe”, desligamos; e foi como num filme q voltei ao tempo em que só tinha sonhos, nada de limitações, tampouco frustrações... Ela consegue me deixar sem fala, é impressionante, mas voltar a aquela época me faz um bem indescritível, é como se eu pudesse gritar p o mundo que tenho um laço que me segue, Isabel... e mais outros laços tão importantes qto, meu pai e meus irmãos, jamais poderia expressar, mesmo tentando, o amor que recebo deles, da mesma forma impossível de explicar o efeito que Fidelio causa em minha alma ou ainda descrever a sensação de andar na praia no final da tarde, sentir o vento bater em meu rosto e do nada começar a sorrir... aquela sensação de liberdade q o vento traz, aquela mistura de mar, lua, luzes e passos...
FASCINAÇÃO... acho que seria o início de uma boa explicação, descubro todos os dias que a vida me fascina; minha família, uma bela música, um telefonema, um bom papo com minhas amigas Ana, Teresa, Sil, ouvir falar que em algum lugar existe Alguém que zela por todos nós, ver as fotos do Norte da Itália, o conhecimento em suas diversas formas, tudo isso me invade, é como receber uma descarga elétrica, inebriada... sinto TUDO ao meu redor.
Dúvidas? Claro, muitas... a primeira delas é se serei especial como minha mãe, ou quem sabe forte como meu pai...
Outra? Claro, se poderei algum dia saciar esta fome de CONHECER, porque a cada instante que passa ela me devora mais e mais...
Mais dúvidas? Tempo. Preciso dele para andar na praia, ouvir Beethoven, amar mais a minha mãe e minha família, APRENDER .

Mavie

sábado, 30 de agosto de 2008

Verdades e mentiras...

Estava lendo uma crônica de uma pessoa que me “parece” bastante inteligente, onde o assunto em pauta, claro, é o desespero das mulheres em arrumar homens para casar, o único problema do talentoso escritor é a sua leitura equivocada da realidade. Estamos vivendo numa época de revelações, onde as pessoas estão tendo oportunidade de escolher o seu lugar no mundo e isso está afetando diretamente as mulheres, mas por que as mulheres?
Antigamente, os homens só tinham uma única opção, casar com uma “mulher”, sustentar o “lar” e ter filhos, mesmo q sua orientação sexual fosse o oposto, víamos lares infelizes e vidas duplas. Os novos tempos trouxeram a tão sonhada “liberdade sexual”, e temos agora uma cristalina divisão na sociedade: Grande parte dos homens se declararam homossexuais, o que aliás, é de direito de cada um, outra considerável parte, ainda está em cima do muro, nos resta hoje em dia, uma pequena fatia de homens para um número muito grande de mulheres, COMO NÃO HAVER O DESESPERO?
...e o que falar desse desespero dos homens em “colecionar” mulheres como quem coleciona figurinhas? ... ou então da falta de competência em manter um bom papo sem a palavra sexo no primeiro encontro? O que me deixa mais chocada é que neste jogo de “verdades e mentiras” só a mulher é a desesperada, a carente, e o homem reina, senhor absoluto da situação, aquele que sai com o intuito de pegar uma diferente a cada noite ou quem sabe duas, mal sabe fazer um sexo oral decente, tem fixação por seu “membro” e não percebe que na maioria das vezes fingimos um orgasmo que estamos longe de sentir... a quem estamos tentando enganar? Até concordo que há um certo “desespero” no ar, mas não no sentido colocado pelo escritor, e sim pela total falta de homens “decentes” no mercado, as mulheres, por mais defeitos que possam ter, sempre buscam qualidade em detrimento à quantidade. Está aí então, o nosso maior desespero.

Mavie

sábado, 23 de agosto de 2008

Nas ruas por onde ando...

O Rio de Janeiro continua lindo e me surpreendendo... sua beleza, a liberdade das pessoas que aqui moram, as histórias que ouço... “aqui nada se perde, com tudo se aprende”. Desde que vim morar em Ipanema, há dois anos, vejo várias cenas que se repetem, os mesmos flanelinhas, aquela mulher branca de lindos olhos azuis, com mais ou menos 50 anos e seus dois cachorros magrelos que fala sozinha e mora nas ruas do bairro, o menino da esquina e seus desenhos maravilhosos, e entre tantas outras, vejo também uma senhora de mais ou menos 80 anos, meio cega, que anda lentamente até o mercado Zona Sul de nossa rua, enfim, sempre que a via sentia um aperto no peito, ela me parecia tão indefesa andando sozinha que um dia me aproximei oferecendo ajuda com as compras, ela gentilmente recusou, disse que estava acostumada e não necessitava de ajuda, pois ela fazia isso todos os dias; algo me fez insistir, falei que ia na mesma direção à dela e gostaria muito de ajudá-la, então ela segurou muito forte o meu braço e começamos a andar muito lentamente até o seu prédio que fica a 20 metros do meu, conversamos muito, fiquei sabendo que seu nome é Tony, que ela anda por toda Ipanema, pois não quer parar e não gosta de ficar presa em casa, precisa andar p se exercitar... não sei pq, mas qdo a deixei em frente ao seu prédio senti um nó na garganta, uma sensação de pesar e uma preocupação enorme com aquela senhora andando sozinha. Bom, depois disso passamos por coincidência, a nos encontrar sempre, ela me abraça e andamos devagar até o seu prédio, desde então ela me contou várias coisas, entre elas que adora pegar um ônibus e dar uma voltinha pelo Rio... Noooooooooossaaaaaaaaaaaaaaa, não saberia dizer p vcs o que me toca mais nela, se são os seus olhos doces qdo me olha, sua força interna, ou quem sabe as coisas lindas q me fala, conhecer Tony foi um presente Divino, ela me faz enxergar a vida de outra forma, me deixa com vergonha de ter sentido medo em situações tão simples, pq ao olhar para ela, imagino o quanto de coragem deve precisar para sair de casa todos os dias, quase cega, e andar sozinha numa das cidade mais violentas do mundo.
Um dia desses, voltei a encontrá-la, chamei-a e ela respondeu com um – Meu anjo, onde vc estava? nunca mais a encontrei - Vem cá, deixa eu te dar um beijo – claro, quem me conhece sabe que meus olhos se encheram de lágrimas, sou uma boba p chorar, rs, então respondi q estava estudando muito e qse não tinha tempo p nada, peguei sua sacola e começamos a andar, nisso ouvimos alguém chamá-la de mãe, olhei surpresa p trás e me deparei com aquela mulher branca de lindos olhos azuis com mais ou menos 50 anos que eu acreditava ser uma moradora de rua com seus dois cachorros magrelos e fala sozinha, então a Tony me apresentou a ela dizendo ser sua filha, falou q estava tudo bem e que iria com sua amiguinha, “eu”, até a porta do prédio, a mulher de lindos olhos nos deixou e seguiu falando sozinha... FIQUEI CHOCADA, tinha certeza q ela era uma mendiga, me senti péssima por julgar antecipadamente e pela senhora q segurava meu braço... qdo sua filha se afastou, Tony me olhou bem nos olhos e pediu p cuidar-me, não entendi a frase e perguntei o q ela queria dizer, ela me aconselhou a correr atrás dos meus sonhos, viajar, respeitar as pessoas a minha volta, e acima de tudo “tomar conta de mim”, pois um dia a filha dela tinha tido tudo, beleza, dinheiro, fama, tinha sido Miss Guanabara e agora era esquizofrênica... O porquê disso tudo eu não sei, mas entendi o q ela quis dizer. Hoje a vejo bem pouco, mas de alguma forma esta senhora, que anda lentamente pelas ruas de Ipanema, mãe da linda mulher de olhos azuis, marcou a minha vida para sempre...


Maviane Motta

sábado, 16 de agosto de 2008

Entre um instante e outro...

...02:33 da manhã, acabo de chegar do que se poderia chamar de comemoração do meu aniversário... abandonei todos os meus convidados e vim me "esconder" em meu quarto... Para falar a verdade não tive saco; ouvir as mesmas cantadas, piadas, definitivamente não aguento mais, acho que estou ficando velha...rs...
O fato é que aqui, ouvindo Aretha Franklin e começando um blog me sinto infinitamente melhor... O que aconteceu com o mundo? ou melhor, o que aconteceu comigo? Ando exigente demais ou está realmente difícil encontrar pessoas que saibam manter uma boa conversa? O meu desinteresse é tanto que assusta, coitados dos garotos que tentaram falar comigo hoje... mas continuo achando que o mundo está ao contrário e infelizmente eu reparei.
...vc deve estar se perguntando se estou sofrendo de amor ou se sou mesmo uma doida; admito, sou doida... o que quero daqui a pouco será outra coisa, e faltam coisas em minha vida para eu querer...
Na verdade penso que não sou tão doida assim, só gosto do preto no branco, coisa difícil de ser encontrada hje em dia. Depois de minha viagem a Bahia, postei em meu orkut uma foto de um texto que a Zélia Gattai escreveu para Jorge Amado e minha amiga Annanda escreveu um texto lindo em homenagem a esta foto, texto esse que roubei um trecho...
"Talvez enxergar não seja opção. está na sua cara, e por mais que tente fechar os olhos, e por mais que tenha ajuda nessa tarefa...está ali! E estará quando você realmente cansar de contos de fada fajuta e tiver que abrir os olhos..."
Pois é minha amiga, acho que cansei de fechar os olhos, cansei de fazer coisas que não me fazem bem, tipo, ficar horas num lugar sem estar realmente a fim...rs... mas tudo vai além disso, esse "enxergar" é ainda mais fundo, tanto que por diversas vezes cubro-me para não ver, pois tenho medo do que está a minha frente e mais ainda do que não está... Quero uma fada madrinha para ir me guiando, faz isso, faz aquilo, por aqui não... rs... Bom, ninguém pode me impedir de sonhar, neh? Até pq, isso ainda é uma das coisas que me restam, sonho o tempo todo... voltando ao texto da Annanda, qdo começei a lê-lo fui sendo tragada por um emaranhado de sensações, fui me libertando, enxergando, a verdade é que sou este texto, EU VEJO TUDO AO MEU REDOR, embora fuja o tempo todo... enxergar faz com que eu volte cedo para casa e me pergunte um - E daí? enxergar me faz pensar que nada dura para sempre e que pareço um cristal prestes a quebrar... faz ainda, perceber que o tempo passa... mas depois de algum tempo, percebo tb que isso são coisas de minha cabeça...