sábado, 30 de agosto de 2008

Verdades e mentiras...

Estava lendo uma crônica de uma pessoa que me “parece” bastante inteligente, onde o assunto em pauta, claro, é o desespero das mulheres em arrumar homens para casar, o único problema do talentoso escritor é a sua leitura equivocada da realidade. Estamos vivendo numa época de revelações, onde as pessoas estão tendo oportunidade de escolher o seu lugar no mundo e isso está afetando diretamente as mulheres, mas por que as mulheres?
Antigamente, os homens só tinham uma única opção, casar com uma “mulher”, sustentar o “lar” e ter filhos, mesmo q sua orientação sexual fosse o oposto, víamos lares infelizes e vidas duplas. Os novos tempos trouxeram a tão sonhada “liberdade sexual”, e temos agora uma cristalina divisão na sociedade: Grande parte dos homens se declararam homossexuais, o que aliás, é de direito de cada um, outra considerável parte, ainda está em cima do muro, nos resta hoje em dia, uma pequena fatia de homens para um número muito grande de mulheres, COMO NÃO HAVER O DESESPERO?
...e o que falar desse desespero dos homens em “colecionar” mulheres como quem coleciona figurinhas? ... ou então da falta de competência em manter um bom papo sem a palavra sexo no primeiro encontro? O que me deixa mais chocada é que neste jogo de “verdades e mentiras” só a mulher é a desesperada, a carente, e o homem reina, senhor absoluto da situação, aquele que sai com o intuito de pegar uma diferente a cada noite ou quem sabe duas, mal sabe fazer um sexo oral decente, tem fixação por seu “membro” e não percebe que na maioria das vezes fingimos um orgasmo que estamos longe de sentir... a quem estamos tentando enganar? Até concordo que há um certo “desespero” no ar, mas não no sentido colocado pelo escritor, e sim pela total falta de homens “decentes” no mercado, as mulheres, por mais defeitos que possam ter, sempre buscam qualidade em detrimento à quantidade. Está aí então, o nosso maior desespero.

Mavie

sábado, 23 de agosto de 2008

Nas ruas por onde ando...

O Rio de Janeiro continua lindo e me surpreendendo... sua beleza, a liberdade das pessoas que aqui moram, as histórias que ouço... “aqui nada se perde, com tudo se aprende”. Desde que vim morar em Ipanema, há dois anos, vejo várias cenas que se repetem, os mesmos flanelinhas, aquela mulher branca de lindos olhos azuis, com mais ou menos 50 anos e seus dois cachorros magrelos que fala sozinha e mora nas ruas do bairro, o menino da esquina e seus desenhos maravilhosos, e entre tantas outras, vejo também uma senhora de mais ou menos 80 anos, meio cega, que anda lentamente até o mercado Zona Sul de nossa rua, enfim, sempre que a via sentia um aperto no peito, ela me parecia tão indefesa andando sozinha que um dia me aproximei oferecendo ajuda com as compras, ela gentilmente recusou, disse que estava acostumada e não necessitava de ajuda, pois ela fazia isso todos os dias; algo me fez insistir, falei que ia na mesma direção à dela e gostaria muito de ajudá-la, então ela segurou muito forte o meu braço e começamos a andar muito lentamente até o seu prédio que fica a 20 metros do meu, conversamos muito, fiquei sabendo que seu nome é Tony, que ela anda por toda Ipanema, pois não quer parar e não gosta de ficar presa em casa, precisa andar p se exercitar... não sei pq, mas qdo a deixei em frente ao seu prédio senti um nó na garganta, uma sensação de pesar e uma preocupação enorme com aquela senhora andando sozinha. Bom, depois disso passamos por coincidência, a nos encontrar sempre, ela me abraça e andamos devagar até o seu prédio, desde então ela me contou várias coisas, entre elas que adora pegar um ônibus e dar uma voltinha pelo Rio... Noooooooooossaaaaaaaaaaaaaaa, não saberia dizer p vcs o que me toca mais nela, se são os seus olhos doces qdo me olha, sua força interna, ou quem sabe as coisas lindas q me fala, conhecer Tony foi um presente Divino, ela me faz enxergar a vida de outra forma, me deixa com vergonha de ter sentido medo em situações tão simples, pq ao olhar para ela, imagino o quanto de coragem deve precisar para sair de casa todos os dias, quase cega, e andar sozinha numa das cidade mais violentas do mundo.
Um dia desses, voltei a encontrá-la, chamei-a e ela respondeu com um – Meu anjo, onde vc estava? nunca mais a encontrei - Vem cá, deixa eu te dar um beijo – claro, quem me conhece sabe que meus olhos se encheram de lágrimas, sou uma boba p chorar, rs, então respondi q estava estudando muito e qse não tinha tempo p nada, peguei sua sacola e começamos a andar, nisso ouvimos alguém chamá-la de mãe, olhei surpresa p trás e me deparei com aquela mulher branca de lindos olhos azuis com mais ou menos 50 anos que eu acreditava ser uma moradora de rua com seus dois cachorros magrelos e fala sozinha, então a Tony me apresentou a ela dizendo ser sua filha, falou q estava tudo bem e que iria com sua amiguinha, “eu”, até a porta do prédio, a mulher de lindos olhos nos deixou e seguiu falando sozinha... FIQUEI CHOCADA, tinha certeza q ela era uma mendiga, me senti péssima por julgar antecipadamente e pela senhora q segurava meu braço... qdo sua filha se afastou, Tony me olhou bem nos olhos e pediu p cuidar-me, não entendi a frase e perguntei o q ela queria dizer, ela me aconselhou a correr atrás dos meus sonhos, viajar, respeitar as pessoas a minha volta, e acima de tudo “tomar conta de mim”, pois um dia a filha dela tinha tido tudo, beleza, dinheiro, fama, tinha sido Miss Guanabara e agora era esquizofrênica... O porquê disso tudo eu não sei, mas entendi o q ela quis dizer. Hoje a vejo bem pouco, mas de alguma forma esta senhora, que anda lentamente pelas ruas de Ipanema, mãe da linda mulher de olhos azuis, marcou a minha vida para sempre...


Maviane Motta

sábado, 16 de agosto de 2008

Entre um instante e outro...

...02:33 da manhã, acabo de chegar do que se poderia chamar de comemoração do meu aniversário... abandonei todos os meus convidados e vim me "esconder" em meu quarto... Para falar a verdade não tive saco; ouvir as mesmas cantadas, piadas, definitivamente não aguento mais, acho que estou ficando velha...rs...
O fato é que aqui, ouvindo Aretha Franklin e começando um blog me sinto infinitamente melhor... O que aconteceu com o mundo? ou melhor, o que aconteceu comigo? Ando exigente demais ou está realmente difícil encontrar pessoas que saibam manter uma boa conversa? O meu desinteresse é tanto que assusta, coitados dos garotos que tentaram falar comigo hoje... mas continuo achando que o mundo está ao contrário e infelizmente eu reparei.
...vc deve estar se perguntando se estou sofrendo de amor ou se sou mesmo uma doida; admito, sou doida... o que quero daqui a pouco será outra coisa, e faltam coisas em minha vida para eu querer...
Na verdade penso que não sou tão doida assim, só gosto do preto no branco, coisa difícil de ser encontrada hje em dia. Depois de minha viagem a Bahia, postei em meu orkut uma foto de um texto que a Zélia Gattai escreveu para Jorge Amado e minha amiga Annanda escreveu um texto lindo em homenagem a esta foto, texto esse que roubei um trecho...
"Talvez enxergar não seja opção. está na sua cara, e por mais que tente fechar os olhos, e por mais que tenha ajuda nessa tarefa...está ali! E estará quando você realmente cansar de contos de fada fajuta e tiver que abrir os olhos..."
Pois é minha amiga, acho que cansei de fechar os olhos, cansei de fazer coisas que não me fazem bem, tipo, ficar horas num lugar sem estar realmente a fim...rs... mas tudo vai além disso, esse "enxergar" é ainda mais fundo, tanto que por diversas vezes cubro-me para não ver, pois tenho medo do que está a minha frente e mais ainda do que não está... Quero uma fada madrinha para ir me guiando, faz isso, faz aquilo, por aqui não... rs... Bom, ninguém pode me impedir de sonhar, neh? Até pq, isso ainda é uma das coisas que me restam, sonho o tempo todo... voltando ao texto da Annanda, qdo começei a lê-lo fui sendo tragada por um emaranhado de sensações, fui me libertando, enxergando, a verdade é que sou este texto, EU VEJO TUDO AO MEU REDOR, embora fuja o tempo todo... enxergar faz com que eu volte cedo para casa e me pergunte um - E daí? enxergar me faz pensar que nada dura para sempre e que pareço um cristal prestes a quebrar... faz ainda, perceber que o tempo passa... mas depois de algum tempo, percebo tb que isso são coisas de minha cabeça...