sábado, 27 de setembro de 2008

Minha terra...

Sinceramente? Há momentos que penso em ir embora pra Pasárgada. Andar nas ruas da cidade maravilhosa e ver tantos “sem teto” me deixa desolada, ou melhor, saber da miséria deste país tão rico me entristece. Quanto mais me “informo” mais me sinto incapaz... Aqui se tem de tudo...
Na minha terra que tem tantas palmeiras, tem também políticos que fazem do nosso Brasil esse "antro de corrupção", que lesam a pátria através dos mais absurdos ataques aos cofres públicos. O pior, é que tudo acaba naquela tão conhecida pizza, sem punições.
Aqui se ouve o canto do sabiá e o choro de um povo que passa dias, meses, anos nas filas dos hospitais esperando consultas, tratamentos, morrendo literalmente, enquanto se ouve também um sonoro – Não temos vagas.
Nosso céu que tem mais estrelas é testemunho da criminalidade, violência, falta de perspectiva da juventude, de uma sociedade corrompida em seus valores básicos, um povo passivo, inerte e inculto.
Nossos bosques têm mais vida e um desmatamento que só cresce.
Nossa vida menos amores, mais individualidade, indiferença com o meio e com nossos semelhantes.
Na minha terra que tem tantas palmeiras, tem uma desigualdade econômica e social que gera a fome, a miséria, o analfabetismo, o desemprego. Tem gente humilde que sonha com pouco e que tem nada.
Aqui temos lindas praias, florestas, rios, secas... pessoas completamente desidratadas se alimentando somente de palmas e cactos do deserto. Temos uma das maiores taxas tributárias do mundo que impede qualquer desenvolvimento humano.
Nessa terra tem gente que está diante de tudo isso e não vê e também aqueles que vêem e nada fazem. Há tantos que esperam um dia melhor, com mais comida, água, luz. Outros que querem ir embora para um lugar onde não exista miséria, corrupção, desamores.
Pior o fato de saber da existência daqueles que não mais sonham e que se entregam a violência doméstica e urbana.
Nessas ruas por onde ando, vejo uma parte disso, miséria, lágrimas, sonhos, vida, corrupção... Nessas horas penso em ir embora pra Pasárgada, porque lá tem de tudo e é outra civilização...
...mas noutros momentos, quando vejo que fugir é impossível, volto a esta realidade, faço como essa gente humilde, sonho, e se não realizo, sonho novamente; porque nesta terra que tem palmeiras, a esperança é a última que morre.

Mavie

2 comentários:

Alisson da Hora disse...

do jeito que as coisas andam, minha querida...até Pasárgada corre o risco de ter uma catástrofe social...

Paulo Tamburro disse...

Quando for me leva?