Quando falei para “mainha” há três anos e meio atrás que viria estudar no Rio de Janeiro ela quase teve um ataque, sem contar que meus irmãos me aterrorizaram muitoooooooo, falaram sobre tudo, assaltos, balas perdidas, à distância deles, sobre meu medo de ficar sozinha e várias outras coisas... confesso que depois de tudo acertado quase desisti, bateu aquele “medo” do desconhecido... Enfim, aqui estou, muito tempo se passou, me formei, não fui assaltada graças a Deus, mas a distância incomoda muitas vezes, entretanto ela me mostra o quanto é importante ter uma família pra amar e ser amada.
Quem me conhece de “verdade” sabe o quanto sentimental sou... rsrsrs... e o quanto viver aqui me fez olhar ao meu redor. Como a maioria de meus amigos deve saber, no período em que estudava trabalhei numa loja, três anos, ouvindo as histórias das mulheres mais loucas, divertidas, inteligentes, tristes, solitárias, ou seja, histórias de vidas.
Durante todo este tempo, aprendi com muitas delas, fiz amizades que com certeza serão eternas e meio a tantas histórias, algumas realmente me surpreenderam. Hoje atendi uma senhora paulista super carinhosa, ela comprou algumas roupas, conversou muito comigo e depois de muito tempo foi embora, ouvi outras histórias, sorri com mais algumas, quando perto do final do expediente aquela senhora paulista voltou, me disse que queria trocar uma peça, falei que não tinha problema e que faríamos isso juntas. No meio do atendimento ela me pediu um abraço, disse que tinha gostado muito de conversar comigo, que se sentia muito sozinha e adoraria ter alguém para conversar nestes dias, quase chorei, percebi que às vezes um abraço é algo muito precioso; sem demora a abracei e percebi que ela tremia, me perguntei – Por que essas coisas acontecem comigo? Já sou uma sentimental por natureza, não gosto de ver ninguém sofrendo...
Enfim, ela me pediu desculpas por estar tão triste, me disse que há pouco tempo tinha perdido seu marido e que comprar algo hoje não tinha graça, pois sabia que ele não estaria em casa esperando-a, falou também que teve um casamento perfeito e que sempre sentiria falta dele. Lembrei-me de Dona Ana, de minha mãe, minha avó e de tantas outras mulheres que casaram, amaram e se separaram, vi que não existe fórmula para um bom casamento, mas existe a solidão, a falta de um abraço...
Quando parei numa livraria há pouco me deparei com uma poesia do Quintana onde ele dizia:
"A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas".
Adorei, até pensei no e daí? O que faço agora? Tenho o que preciso? Por que não jogo os meus medos pela janela e sigo em frente?
Só vem uma certeza, a vida é caixa de surpresas onde encontramos frutos que em algum lugar do passado semeamos, um bom começo é distribuirmos abraços, pois há muitas pessoas neste mundo precisando deles, mas não qualquer abraço e sim aquele "abraço".
Então começo este ano de 2009 desejando muitos abraços para todos, muito amor...
E que não se deixem reprovar, nem esqueçam do relógio...
...O tempo passa...
Mavie
Quem me conhece de “verdade” sabe o quanto sentimental sou... rsrsrs... e o quanto viver aqui me fez olhar ao meu redor. Como a maioria de meus amigos deve saber, no período em que estudava trabalhei numa loja, três anos, ouvindo as histórias das mulheres mais loucas, divertidas, inteligentes, tristes, solitárias, ou seja, histórias de vidas.
Durante todo este tempo, aprendi com muitas delas, fiz amizades que com certeza serão eternas e meio a tantas histórias, algumas realmente me surpreenderam. Hoje atendi uma senhora paulista super carinhosa, ela comprou algumas roupas, conversou muito comigo e depois de muito tempo foi embora, ouvi outras histórias, sorri com mais algumas, quando perto do final do expediente aquela senhora paulista voltou, me disse que queria trocar uma peça, falei que não tinha problema e que faríamos isso juntas. No meio do atendimento ela me pediu um abraço, disse que tinha gostado muito de conversar comigo, que se sentia muito sozinha e adoraria ter alguém para conversar nestes dias, quase chorei, percebi que às vezes um abraço é algo muito precioso; sem demora a abracei e percebi que ela tremia, me perguntei – Por que essas coisas acontecem comigo? Já sou uma sentimental por natureza, não gosto de ver ninguém sofrendo...
Enfim, ela me pediu desculpas por estar tão triste, me disse que há pouco tempo tinha perdido seu marido e que comprar algo hoje não tinha graça, pois sabia que ele não estaria em casa esperando-a, falou também que teve um casamento perfeito e que sempre sentiria falta dele. Lembrei-me de Dona Ana, de minha mãe, minha avó e de tantas outras mulheres que casaram, amaram e se separaram, vi que não existe fórmula para um bom casamento, mas existe a solidão, a falta de um abraço...
Quando parei numa livraria há pouco me deparei com uma poesia do Quintana onde ele dizia:
"A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas".
Adorei, até pensei no e daí? O que faço agora? Tenho o que preciso? Por que não jogo os meus medos pela janela e sigo em frente?
Só vem uma certeza, a vida é caixa de surpresas onde encontramos frutos que em algum lugar do passado semeamos, um bom começo é distribuirmos abraços, pois há muitas pessoas neste mundo precisando deles, mas não qualquer abraço e sim aquele "abraço".
Então começo este ano de 2009 desejando muitos abraços para todos, muito amor...
E que não se deixem reprovar, nem esqueçam do relógio...
...O tempo passa...
Mavie
5 comentários:
Me fez chorar. =)
Um abraço pra vc, Mavie.
mavi sabe o q eu penso?
se isso acontece só com a gente, ou acontece com tds e só pessoas mais sensíveis conseguem perceber...
"Num deserto de almas também desertas.
uma alma especial reconhece de imediato a outra”
(Aqueles dois – Caio Fernando Abreu)
procura umas coisas dele que sãolindas!!!
e muitos abraços pra vc e as pessoas especiais que te reconhecerem!
beijos!
Mavie: O que falar dessa baiana ??
Com certeza eu acredito que nós fomos irmãs em outras gerações, de repente entro na loja e lá está ela; falante, sorridente e receptiva. Você sabe o que vc significa para mim; minha madrinha de casamento, minha confidente, minha"tudo"; até os mesmos problemas nós temos para dividir; o que falar dela ?? ela é alma,SENTIMENTO e muito amorrrrrrrr !! amiga não preciso dizer mais nada, te amo muitoooooo !! beijos no seu coração.
Silvania
Ok, sou uma afortunada...não preciso de rios de dinheiro nem de posições altamente elevadas... Tenho uma família maravilhosa, amigas como essas daí de cima e várias outras que me fazem rir, chorar, amar... Agradeço a Deus pelo meu caminho escolhido...
Amo vc Sil, amo cada momento que vivemos, geléia de damasco com queijo, batidas nos retrovisores alheios, pânico nos ônibus e lugares fechados, madrinha de seu casamento, quando eu trabalhava e vc dormia nos provadores...ahahahaa... amo vc para sempre!
P.S. Se um dia eu encontrar um marido que preste...rsrsrs...vc será minha madrinha tb...rsrsrs
Ei, mocinha! Gostei muito do seu espaço também. Claro que vc pode me adicionar. Farei o mesmo.
Um beijo
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