sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um pouco mais de amor...



...então assisti “ Estamira”! E de repente minha alma ficou nua, dela transbordaram todos os sentimentos - vergonha, dor, amor, raiva, medo, culpa, admiração...
Acredito que quanto mais vivo mais me sinto incapaz, vulnerável, perecível...Aqui, na Cidade Maravilhosa encontramos milhares de “ Estamiras”, mulhers e homens que encontram no lixo uma possibilidade de sobrevivência. Por todos os lados enxergamos, se quisermos, a dor social que nos cerca.
“O filme Estamira revela antes de mais nada o respeito à escuta do outro, do diferente, do estranho. Estranho que, entretanto, nos é familiar de alguma forma. Como não admirar - e concordar - com a frase dita por uma doente mental crônica segundo a qual "não existem mais ´inocentes´, mas sim ´espertos ao contrário´”? (Por LUIZ FERNANDO GALLEGO).
Isso me lembra uma frase constante de minha vida – Alongar o olhar. Penso que quanto mais faço isso me entristeço, oras, enxergar adiante é ver um mundo cheio de complicações, onde a paixão pela imagem, poder e dinheiro nos torna um bando de desconhecidos e egoístas, buscando falsas impressões, onde a fraternidade passa longe e o amor está cada vez mais sendo colocado de lado. Até onde precisamos ir para nos encontrarmos? Confesso que a “liquidez” do mundo me apavora e quanto mais alongo meu olhar mais sinto medo, não sei se tenho a força de Estamira láaaaaaaaa no fundo, também não posso julgá-la pelas palavras duras durante todo o documentário, mas com certeza não a chamaria de louca, longe disso, depois de ouvi-la percebi que somente quem vive determinada situações pode falar a respeito das mesmas...
Senti tudo, ou melhor, quase tudo, chorei copiosamente e percebi que diversas vezes “choro de barriga cheia”,percebi que tem mais coisas por aí a fora, vida, morte, medo, pavor, solidão, destruição, tem gente que vive de lixo! Tem gente que vive de mentiras! Tem gente que vive do nada...
Assim me pergunto - O QUE NOS FAZ FELIZ? O que é a felicidade? Posso falar que alongando meu olhar vejo coisas boas também, posso ver soluções. Precisamos vencer o preconceito em suas várias faces, o mal e a nós mesmos. Aqui, habitam várias Mavies, amorosa, briguenta, sensível, carente e mais uma infinidade de coisas, o tempo, as ações e reações liberam Mavies por aí, mas eu tenho o controle, não posso culpar ninguém por minhas ações e vc? Como anda o seu controle? Afinal, a própria Estamira diz: “tudo que é imaginário tem, existe, é”. Então podemos mudar muita coisa, basta querermos.

Mavie


" E bem podemos suspirar aliviados ante o pensamento de que, apesar de tudo, a alguns é concedido salvar, sem esforço, do torvelinho de seus próprios sentimentos as mais profundas verdades, em cuja direção o resto de nós tem de encontrar o caminho por meio de uma incerteza atormentadora e com um intranquilo tatear".

O Mal-Estar na Civilização (Sigmund Freud).

5 comentários:

Anônimo disse...

Adoro seus textos, vc possui uma sensibilidade incrível, sempre passo por aqui e cada vez me apaixono mais...

beijos para vc escritora!

Anônimo disse...

Demorar não quer dizer sem-mais... Estou aqui e posso senti-la... De olhos fechados, ouço sua respiração ofegante, acoplada ao mundo, girando com ele... Alongar o olhar... Vejaprendendo... Não esquecerei... Hoje foi o dia de absorver a ti e me tornar um pouco você, afinal de contas, para quê o Outro senão para isso mesmo? Beijos na alma, que, cada dia mais, poderia dizer que é a minha, numa sensibilidade "outra"... Vontade de abraça-la...

Elizabeth de Lima Gil Vieira disse...

minha querida...seus textos nos inspiram a uma reflexão profunda e "alongada"...q tal propor tb um alongamento em nossas ações cotianas a fim de contribuirmos para uma transformação de fato em tantas vidas, às vezes, invisíveis como a de Estamira q cruzam nosso caminho?
bjuss

Annanda Galvão disse...

mavi,
qto tempo que não vinha aqui!
e me trouxe uma lembrança "boa"...
também vi estamira...e no dia que assisti ela estava presente com a filha.
Não sabia como agir...tive vontade de ir até ela...mas o que falaria?
Fiquei sem saber...disso e de um monte de coisa.
Um nó enorme na garganta.
Fiquei triste, enxergar essas coisas é duro..passar não imagino...
Mas está aí e que bom que não fechamos os olhos.
um beijo minha querida!

Elizabeth de Lima Gil Vieira disse...

kd vc???? vai lá no blog tem textos novos..e os seus?? estamos sentindo falta! bjus