Dormi pensando, como todos os dias, em você
...aquela sensação de que faltava algo ao meu lado persistia,
Percebi que se penso sou metade, se não penso sou vazio...
Neste instante sou inteira, escrevo-te toda inteira.
Claro que talvez não se veja aqui, por alguma razão estás aí.
Pode me responder uma coisa? Por que me perco quando te vejo? Posso fazer outra pergunta? - Por que fico assim depois que te falo tanta bobagem?
Sabe o que lembrei agora? Linhas de um livro da Clarice Lispector – “Ouve-me, ouve o silêncio. O que te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa. Capta essa coisa que me escapa e, no entanto vivo dela e estou à tona de brilhante escuridão”.
Será que seria difícil fazer isso? Assim, se eu te falar não é, mas quando te olho, pode ser... Dá pra entender? Só não esquece que não sou linhas...
Você me confunde, este teu sorriso me alegra, irrita, entristece-me... De repente veio aquela sensação de “solitude”... Ah, isso somente você entenderá, não é? Esse segredo é nosso...
Tentei apagar suas fotos, não consegui, será que estou doente? Não ri, nem pensa que estou ficando maluca, ou melhor, pensa sim, decidimos por unanimidade que sou doida, lembra? Preferia estar falando sobre outra coisa agora, mas a minha cabeça dá voltas e onde pára se depara com você. Pode me deixar um instante? Descobri que sendo te magoou, não posso ser quem tu queres, sou EU, aquela, que fala o que sente e se arrepende no próximo instante. Somos tão diferentes... Lembro que me falou isso hoje, lembro de tudo que me falas, inclusive do espaço entre nós dois...
Acordo e vou para nossa janela, e lá vem você, como se nada houvesse acontecido. O que é preciso fazer para te tirar do sério? Grita, diz que não quer mais me ver, pois eu não consigo fazer isso sozinha. Perdi aquilo que dizem ser “a palavra”. Ok! Admito, estou em profunda desordem, a sua organização me exaspera. Neste momento não sei de nada, só que estou meio, ou completamente perdida e consciente cada vez mais do espaço entre nós.
Mavie